“Fundada para servir a população”.
Segundo a Revista Histórica do Município de Mogi Mirim, em 06 de abril de 1867, os poderes espiritual e temporal uniram-se para firmar o compromisso da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Mogi Mirim. Em 30 de agosto do mesmo ano, foi aprovado o primeiro Estatuto da Irmandade. O poder espiritual era representado pelo então bispo diocesano de São Paulo, Dom Sebastião Pinto do Rego, e o poder temporal era exercido pelo presidente da Província de São Paulo, Dr. José Tavares Bastos. Foram fundadores da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Mogi Mirim, o padre Luiz José de Brito, Dr. Delphino Pinheiro de Ulhoa Cintra, José Costa Rangel, Ulbano da Cunha Canto e José Alves dos Santos.
Após 15 anos de labuta e sem os recursos necessários para o início das obras do hospital, a Irmandade dirigiu um apelo ao presidente da Província de São Paulo, o Conselheiro Francisco Soares Brandão. Este autorizou que a quantia de doze contos de réis, produto da 48ª. Extração da Loteria da Província, fosse destinada ao início das obras.
O terreno para a construção do hospital, no Largo de São Benedito (atual praça Duque de Caxias), foi generosamente doado pelo tenente-coronel José Batista da Luz e sua esposa Sra. Carolina Isaura P. da Luz. Em 06 de julho de 1883 foi Lançada a Pedra Fundamental do antigo hospital da Santa Casa. Depois de vários anos de obras um tanto morosas (1883-1888), principalmente devido à escassez de dinheiro, os mogimirianos, através das listas, quermesses e diversas campanhas, conseguiram o dinheiro para concluir as obras do hospital. Assim, em 03 de junho de 1888, foi inaugurado o antigo hospital da Santa Casa de Misericórdia de Mogi Mirim, com missa celebrada pelo então vigário da Paróquia de São José, padre João Eboli.
As portas permaneceram abertas à população do município até 1895, quando fecharam-se para serem reabertas em 1897, com o hospital completamente renovado, e com apenas quatro médicos que residiam na cidade: Dr. Carlos augusto Fernandes de Castro, Dr. Tertuliano César Gomide, Dr. Matheus Chaves de Mattos e Dr. Pedro de Souto Mayor.
Em 1942, surgiu a ideia da construção, em etapas, de um novo edifício, pelos integrantes da Diretoria e Mesa Administrativa, devido à necessidade de evitar os excessivos gastos com a preservação do prédio antigo e também pela falta de mais leitos, uma vez que o hospital encontrava-se insuficiente para atender às necessidades da população. Neste mesmo ano, foi comprado o terreno para a construção do novo hospital.
O atual prédio da Santa Casa teve sua pedra fundamental lançada em 02 de agosto de 1945. Além do trabalho incansável das diretorias e mesas-administrativas, bem como da comunidade que não mediram esforços para a construção do novo hospital, ilustres políticos da época desenvolveram um importante trabalho no sentido de obter, junto aos governos federal, estadual e municipal, recursos financeiros para o prosseguimento das obras. De 15 a 20 de agosto de 1947, foi realizada, na Praça Rui Barbosa, uma grande quermesse em prol da Santa Casa. Finalmente, em junho de 1952, o então provedor Sebastião Carlos Tesh, após a conclusão de uma das alas do hospital, determinou a transferência de todos os serviços hospitalares para o novo prédio, sem qualquer cerimônia de inauguração.
Concluída a construção do impossível
Em 09 de agosto de 1953, foi oficialmente inaugurado o novo hospital da Santa Casa, com benção do Monsenhor José Nardim. No dia 11, foram transportados todos os pacientes para o novo edifício, efetuando-se a mudança definitiva. À noite, foi realizada a solene transladação do Santíssimo Sacramento para a Capela provisória do novo edifício. No dia 12 de agosto foi rezada, na Capela provisória, a primeira Santa Missa, na celebração do sétimo centenário da morte de Santa Clara.
A partir da década de 60, começaram a diminuir o número e o valor das doações, devido ao surgimento do Instituto Nacional da Previdência Social (INPS), que passou a assumir o papel principal de gerenciador do sistema de saúde no Brasil. Para a sobrevivência do hospital, muitos membros da diretoria assumiram particularmente algumas responsabilidades financeiras.
A partir de 1969 foram adquiridos muitos equipamentos e instalados os Departamentos de Ortopedia e Otorrinolaringologia; a ampliação das salas cirúrgicas; Departamento de Radiologia e a instalação do Pronto Socorro da Santa Casa.
O período de 1975 a fevereiro de 1983 apesar de ter sido marcado pelo fantasma da falta de recursos, devido aos constantes atrasos do pagamento do INPS, também foi um dos mais promissores. Durante esses anos, foram construídos o Centro de Terapia Intensiva, novos apartamentos, lavanderia e cozinha. Também foram reformados alguns apartamentos, a farmácia, a pediatria e a maternidade. Neste período foi criado o grupo de voluntários da Santa Casa, formado por senhoras da comunidade mogimiriana, dedicadas ao carinhoso trabalho de assistência e conforto dos pacientes. Todas essas conquistas transformaram a Santa Casa, na época, em um dos hospitais mais completos da região.
A partir de março de 1983, iniciaram-se várias campanhas junto à comunidade o que possibilitou o início do reequilíbrio das finanças do hospital, ainda sobrevivendo sob o fantasma dos atrasos e glosas de faturamento pelo INPS. Nesse período a Santa Casa recebeu das empresas Baumer S/A e Champion Papel e Celulose Ltda. a doação de uma autoclave.
A partir de 1984, a Santa Casa foi marcada por uma série de obras. Destaque para a construção de novos quartos para ala da enfermaria, Unidade de Coleta e Transfusão de Sangue, vestiários e dependências sanitárias para funcionários, além da ampliação do Centro de Terapia Intensiva, Departamento Radiológico, almoxarifado e da substituição de todo o piso do hospital pelo Paviflex.
A década de 90 também foi marcada por grandes conquistas. Em janeiro de 1991, passou a funcionar o Serviço de Diálise, totalmente equipado com recursos da própria Santa Casa.
Em novembro de 1992 foi firmado o Convênio de Cooperação Técnica e Gerencial de Saúde entre a Santa Casa e a Prefeitura Municipal de Mogi Mirim.
Em maio de 1996 foi concretizada a reforma do Centro Cirúrgico. Em 1998, foi concluída a reforma de 13 apartamentos da Ala Convênios e Particular, obra idealizada pelo médico Honório José Ferreira, que contou com a colaboração de colegas do Corpo Clínico.
Em 1999 foi inaugurada a reforma da Unidade de Terapia Intensiva, obra realizada em parceria com a Champion Papel e Celulose.
Em maio de 2001, a Prefeitura Municipal, de acordo com a Lei 3.470/2001, autoriza o Serviço Autônomo de Água e Esgotos (SAAE) a receber, facultativamente, doações da comunidade destinadas à Santa Casa de Mogi Mirim. Nasce então a Campanha Doe Uma Gota D’água.
A partir de 2008, melhorias significativas na infraestrutura hospitalar e investimentos na capacitação profissional dos colaboradores marcaram mais uma trajetória de conquistas da Santa Casa.
No biênio de 2008 e 2009, foram investidos mais de R$ 1 milhão de reais na revitalização predial, bem como na aquisição de novos mobiliários e equipamentos. O Centro de Terapia Renal Substitutiva foi um dos primeiros setores a receber melhorias e aquisições de novas poltronas e novas máquinas de diálise, bem como novas salas, pintura e iluminação.
Nesse mesmo período o hospital investiu na revitalização da pintura, piso, iluminação e ventilação das Unidades de Atendimento Não Agendado (UANA) e Pronto Socorro; na construção de um novo Conforto Médico para plantonistas e na ampliação do Centro Cirúrgico que ganhou uma ampla Sala de Recuperação Pós Anestésica (RPA), salas para o Serviço de Vídeo Diagnóstico, salas cirúrgicas para procedimentos de alta complexidade e Conforto Médico com sanitários e vestiários masculinos.
Já o ano de 2010 foi marcado pela ampliação dos leitos das alas SUS e Convênios, criados especialmente para atender a grande demanda de internações na Santa Casa, além do conforto que tais enfermarias passariam a oferecer. Foram inaugurados 32 novos leitos na Unidade de Clínica Geral e 16 na Ala Convênios e Particular.
Também houve investimentos para a construção de uma nova recepção para usuários de convênios e particulares com uma novidade: Coffeshop no local; uma nova Agência Transfusional; um novo Necrotério e um estacionamento na parte frontal do Hospital com 45 vagas para médicos e transportes de pacientes.
A recepção central também passou por reformas, tornando-se exclusiva para usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Ainda em 2010, a Santa Casa adquiriu um imóvel acoplado ao prédio do hospital para abrigar o seu Centro Administrativo.
Em 2011, por iniciativa da Diretoria Executiva do hospital, foi criada a Universidade Corporativa da Santa Casa de Misericórdia de Mogi Mirim para oferecer treinamentos e cursos de capacitação para os colaboradores da Instituição e de outros hospitais da região.
Nesse mesmo ano foi inaugurado o novo Espaço do Colaborador com uma ampla sala de descanso com TV, computador com acesso à Internet, área para leitura e área verde com mesas para jogos de xadrez e dama para lazer durante a hora de almoço.
Iniciaram-se, também em 2011, as obras para a construção de uma nova Central de Gases Medicinais; um novo prédio para a Farmácia e Almoxarifado; e as novas instalações do Centro de Oncologia e Hematologia.
Também houve a substituição das telhas da Unidade de Nutrição e Dietética e a conclusão das obras da Central de Apoio Hospitalar.
Em outubro de 2011, a Santa Casa inaugurou a primeira Unidade de seu Centro Médico na cidade de Itapira (SP), para atendimentos eletivos a pacientes particulares e de convênios médicos.
Em janeiro de 2012, o hospital instalou em Mogi Mirim a segunda Unidade de seu Centro Médico, disponibilizando aos usuários de diversas operadoras de saúde uma nova opção de atendimento.
Em junho foi entregue aos funcionários um novo vestiário masculino e feminino, depois de utilizarem por 28 anos o antigo prédio, construído em 1984, já em condições precárias.
Em maio iniciou-se a obra para a construção de um novo refeitório e cozinha hospitalar.
Em 2013, foi readquirido o setor de Nefrologia – até então terceirizado – com novo maquinário e equipe médica.
Em 2014, foi inaugurado o Laboratório de Análises Clínicas e o Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI).